Sem acesso a um computador em casa e em busca do primeiro emprego, Fabrício Didolich, 16 anos, cursa informática no projeto Vida Nova Restinga, em Porto Alegre (RS). O local é um dos pontos de inclusão digital construídos com a doação de máquinas do programa Computadores para a Inclusão, do Ministério das Comunicações.
“Hoje consigo digitar melhor. Antes, eu ficava procurando letra por letra. Não tenho acesso a um computador em casa, só ao celular, e não é a mesma coisa digitar em um telefone como no teclado. Aprendi a fazer meu currículo e já vou começar a trabalhar”, celebrou o jovem.
Com sua evolução no curso, o aluno conseguiu preparar uma boa apresentação e conquistar sua primeira oportunidade de trabalho em um comércio local. O sonho do jovem é ser policial, e ele sabe o quanto a informática é fundamental tanto para a aprovação em concursos quanto para a carreira investigativa.
“Esse programa investe em iniciativas que garantem a inclusão produtiva de adolescentes e jovens, antes mesmo que ingressem no ensino superior. Eles passam a entender que podem ocupar espaços cedo no mercado de trabalho”, destacou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A coordenadora do Projeto Social Vida Nova, Patrícia Koslovski, conta que a preocupação do projeto vai além da inclusão digital: busca também a integração social dos jovens. Muitos vêm de áreas carentes e passam parte do dia no projeto. Para ela, não tem preço ver um aluno se formar no curso.
“Encontro muitos deles na rua, e eles pedem um abraço, contam que conseguiram emprego, que já sabem fazer o próprio currículo graças ao curso. A maioria quer empreender e anunciar seus trabalhos nas redes sociais. A motivação deles, esse desejo de não desistir e de acreditar em um mundo melhor, é o que mais me emociona”, relatou.
O professor de informática Maycon Nunes explicou que o curso ensina Word, Excel e PowerPoint, ferramentas essenciais para que os jovens possam preparar um currículo. No entanto, ele destaca que uma das maiores preocupações dos alunos é a segurança digital, especialmente em relação às senhas e aos sites que acessam.
“Estamos aqui para transformar vidas, e não apenas para passar conteúdo. Nos preocupamos com a segurança digital: com as senhas, com a imagem deles, com as fotos que postam, e se a pessoa com quem conversam online é realmente um outro adolescente. Aqui, conversamos muito com as crianças e os jovens, porque fazemos parte da vida desses alunos”, concluiu o professor.